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MasterClasses

Aulas especiais. Oportunidades únicas para aprender, com profundidade, com alguns dos maiores especialistas no mundo.

Nesta apresentação Takumã Kuikuro, vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2023, com o curta-metragem Território Pequi, intercala trechos de filmes por ele realizados com sua reflexão sobre o fazer cinema no Parque do Xingu, onde vive. Além do filme premiado, trechos de outros trabalhos como, Nguné Elü – O Dia Em Que A Lua Menstruou (2004) dirigido com Maricá Kuikuro, sobre uma eclipse lunar na aldeia, As hiper mulheres (2011) dirigido com Carlos Fausto e Leonardo Sette, sobre o maior ritual feminino do Alto Xingu, Pele de Branco (2012) dirigido com Marrayury Kuikuro, que aborda a relação Kuikuro com tecnologias digitais de comunicação, Karioka (2014), em que o cineasta aborda sua experiência no Rio de Janeiro, Itão Kue-gü e Os Encantos do Rio (2017), que conta a história do povo Kuikuro da região sugerem um cinema que realiza pontes culturais no tempo e no espaço, mobiliza e registra memórias. As experiências do cineasta na Inglaterra, no Rio de Janeiro e em outros lugares, sua atuação como curador de Festivais de cinema indígena e da Mostra Demarcação das Telas e Revolução das Imagens realizada no Instituto Moreira Salles em 2023, também serão abordadas. 

Takumã Kuikuro é cineasta, idealizador do 1º Festival de Cinema e Cultura Indígena e fundador do Coletivo Kuikuro de Cinema. É presidente do Instituto da Família do Alto Xingu (IFAX). Atualmente, vive na aldeia de Ipatse, no Território Indígena Xingu. Tem filmes premiados em festivais nacionais, como os de Gramado e Brasília, e internacionais, como o Terres em Vues – Présence Autochtone, em Montreal, Canadá. Entre os filmes premiados está o longa-metragem documental As Hiper Mulheres (2011), que foi codirigido por Leonardo Sette e Carlos Fausto. Em 2017, Takumã recebeu o Prêmio de Bolsa Honorária da Universidade Queen Mary – Londres, Inglaterra. Em 2019, foi o primeiro jurado indígena do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. É também idealizador e curador do 1st Brazil Indigenous Film Festival UK. Fez a curadoria da exposição Xingu Contatos e da Mostra Demarcação das telas e revolução das imagens: celebrando a produção audiovisual indígena no Brasil, ambas realizadas este ano pelo Instituto Moreira Salles em 2023 ganhou no 22° edição grande prêmio do cinema brasileiro.

A interdisciplinaridade nas Artes se caracteriza pela convergência e interconexão entre as diferentes áreas do conhecimento, promovendo uma abordagem que transcende os limites tradicionais das linguagens artísticas, abrindo espaço para novas perspectivas, experimentações e expressões. A cultura digital impulsionou o crescimento e desenvolvimento de processos artísticos mediados pelas tecnologias, contexto que fez surgir a arte interativa, a arte generativa, a arte imersiva, a bioarte ou arte genética, a arte criada por inteligência artificial, dentre várias outras, e podendo ser aplicadas em qualquer das linguagens artísticas. Em processos de criação interdisciplinares, a troca estabelecida entre as áreas de conhecimento beneficia todos os envolvidos, não apenas os artistas, pois possibilita aos participantes uma compreensão mais ampla e complexa de conceitos, técnicas e ferramentas, contribuindo para um diálogo intercultural que promove intercâmbio de saberes e estimula a criatividade, a flexibilidade e a capacidade de adaptação. Esta masterclass será apresentada no formato que denominamos ConferenciAção, ou seja, abordaremos o tema a partir da própria performatividade que o confere, buscando uma experiência sensível e interacional entre os participantes e a convidada artista-pesquisadora.

Observação para a masterclass: Solicitamos que todos estejam com seus celulares e fones de ouvido para participar da masterclass.

Ivani Santana é artista e pesquisadora dedicando-se ao campo da dança com mediação tecnológica. Desde 2019, desenvolve projetos de dança com as realidades expandidas (virtual, aumentada e mista). Sua fundamentação conceitual estrutura-se em três pilares principais: Improvisação em Dança, Teoria Enativista e Cultura Digital. Professora Titular, Coordenadora do Programa de Pós Graduação Dança (UFRJ), realizou Pós Doutorado no Sonic Arts Research Centre (Reino Unido, 2012/13), com a pesquisa “Dramaturgia do Corpo (Tele)Sonoro”, e recebeu bolsa CAPES de Professora Visitante (2018/2019) para desenvolver uma pesquisa interdisciplinar na Simon Fraser University em colaboração com a University British Columbia, sob a supervisão do Dr. Evan Thompson. Pioneira no Brasil em pesquisa de dança telemática, sendo responsável pela apresentação que lançou a Rede Ipê (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – RNP), em 2005, com a obra Versus. Desenvolveu projetos em telemática por mais de 10 anos, contando com parceiros na Espanha, Portugal, México, Chile e Coreia, com a qual participou durante 2 anos da APAN – The Asia Pacific Advanced Network (2012 e 2013). Contemplada em 2024 com a Bolsa Funarte/Aliança Francesa para residência artística CRUZAMENTOS de um mês no Chaillot – Thêátre national de la Danse, Paris, França. Recebeu o Prêmio Unesco para a promoção das Artes – Novas Tecnologias no Monaco Dance Forum (2006), no qual também foi contemplada com a residência artística no renomado Centre Chorégraphique National Pavillon Noir, em Aix-en-Provence, França (2007). Premiada pelo RUMOS Dança Itaú Cultural com a obra Corpo Aberto (2001) e pelo Ateliê de Coreógrafos (2002). A convite do Balé Teatro Castro Alves (Salvador, Bahia) desenvolveu o projeto Gretas do Tempo (2014). Idealizadora e membro da “Mulheres da Improvisação”, grupo com o qual publicou o Livro de Dançar: Cartas para Improvisar e Compor (2022) e Digifeminismos decoloniais na dança : conexão mulheres da improvisação : livro performativo (2023). Idealizadora do LATINA(S)CÊNICAS – rede Latino-Americana de Tecnologias e Intermidialidades nas Artes Cênicas. Líder do Grupo de Pesquisa Poéticas Tecnológicas: corpoaudiovisual.  Autora dos livros: Corpo Aberto: Cunningham, dança e novas tecnologias (SP: FAPESP/EDUC, 2002), Dança na Cultura Digital (BA: FAPESB/EDUFBA,2006) e organizadora do caderno Estados da Dança: entrevistas, relatos e ensaios de criadores contemporâneos (Salvador: GIPE-Cit/PPGAC/UFBA, 2006). Possui Bolsa PQ 1C (CNPq).

Foto por: Carol Spork

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